O tempo instável de muitas cidades brasileiras é praticamente um convite para os problemas respiratórios, entre eles a congestão nasal — popularmente conhecido como “nariz entupido”. Para aliviar, o que muitos fazem é correr para a farmácia para comprar um descongestionante nasal, que pode ser adquirido facilmente sem nenhuma receita. No entanto, nem sempre essa é a melhor opção. Esses produtos são capazes de piorar problemas cardíacos já existentes, e ainda podem ajudar a desencadeá-los. Entenda o porquê.
Uma congestão nasal nada mais é do que uma inflamação ou irritação causada por agentes como a fumaça do cigarro, a poluição, ou mesmo um resfriado ou uma sinusite. Eles fazem com que partes do nariz (chamadas cornetos) aumentem de tamanho. Os descongestionantes são substâncias responsáveis por contrair os vasos sanguíneos, fazendo com que essa área desinche e a respiração fique mais fácil. O problema é que o remédio acaba contraindo outros vasos também, inclusive artérias do coração.
O cardiologista especialista em hipertensão e nefrologia, doutor Celso Amodeo dá o alerta: “Quem tem problemas cardíacos, comohipertensão e angina, deve evitar o uso de descongestionantes nasais ou usá-los com muito cuidado, se estiverem com a pressão controlada. A opção dos descongestionantes com corticoides é melhor, pois eles não têm essa ação vasoconstritora”. No caso da hipertensão, por exemplo, a contração faz com que o sangue passe com mais “força” pelos vasos, aumentando a pressão. Esse “aperto” nos vasos pode colaborara para bloquear de vez uma artéria, levando ao infarto.
Mesmo quem não tem problemas cardíacos deve evitar o uso contínuo, para não desenvolvê-los. Além disso, especialmente antes de consultas médicas em que se vai medir a pressão, é importante não usar. “É muito comum que, ao esperar uma consulta médica, o paciente fique na sala de espera, sinta a congestão nasal (muitas vezes por causa do ar condicionado) e aplique o descongestionante. Resultado: o médico mede a pressão, que está alta, e receita medicamentos que não seriam necessários”, diz Amodeo.
Lembrando que os descongestionantes também são capazes de provocar dependência, a chamada rinite medicamentosa. Amodeo recomenda usar apenas nos casos absolutamente necessários, no máximo durante alguns meses, mas lembrando que o tempo de dependência varia de pessoa para pessoa. Por isso, a regra geral é: não abuse.
Fonte:coracaoalerta